Inês M. d'Freitas
Fases da Sensibilidade à Ambiguidade 24', N16
Fases da Sensibilidade à Ambiguidade 24', N16
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Marco de Canaveses | Caldas da Rainha | 17.10.18 - 30.07.21
Fases da sensibilidade à ambigüidade
Coleção N16, 24'
"Marco de Canaveses | Caldas da Rainha" é uma série fotográfica de Inês M. de Freitas que documenta um percurso de desenvolvimento pessoal e reflexão emocional entre outubro de 2018 e julho de 2021. As fotografias captam momentos de introspecção e de procura de refúgio interno, enfrentamento do distúrbio emocional causado pela sobrecarga cognitiva e pelas tensões acumuladas. Cada imagem é um testemunho visual das memórias e histórias que moldam a identidade do artista, ilustrando o desgaste físico e emocional como símbolos de crescimento e transformação.
Através de lentes íntimas, Inês revela a beleza crua e melancólica dos locais que marcaram a sua vida, como a casa dos avós em Marco de Canaveses. A série mostra a deterioração e resiliência de estruturas e objetos, destacando a ligação entre passado e presente. Inspirada nas suas próprias experiências e na necessidade de encontrar sentido na simplicidade da vida quotidiana, a artista utiliza a fotografia como ferramenta para compreender as complexidades da condição humana, incentivando os espectadores a refletir sobre as suas próprias jornadas de autodescoberta e renovação.
Mensagem do Artista
As emoções muitas vezes conquistam o abrigo que construímos em torno dos nossos pensamentos mais amplos, saturados de estímulos, apelando à reflexão e marcando o início de uma jornada. Uma jornada de desenvolvimento pessoal. Uma viagem que corajosa e curiosamente procura sentido no debate interno entre a matéria-prima armazenada neste refúgio profundo e a emoção disfuncional desencadeada pela sobrecarga cognitiva e pelas tensões acumuladas.
Aprisionar realidades e ignorar o processo cria pensamentos doentios ao longo do tempo. Sem poda a estrutura empobrece. Cortar os galhos na hora errada pode até ser fatal, mas quando feito da maneira correta prepara a árvore para a próxima primavera. Os desgastes impressos nos sapatos velhos contam as histórias e aventuras das trilhas percorridas em tantas outras jornadas. Organizar pensamentos, vagar sem rumo, refletir em local seguro e isolado. Lavando ideias repetidamente, pendurando-as ao vento e deixando-as secar no seu tempo.
As peças que se perdem deixam uma memória no vazio. Abandonar partes do passado e esculpir elementos da nossa identidade é a solução para seguir em frente. A fotografia permite intimamente dar formas reais a discursos complexos. Aqui, é utilizado como ferramenta para a compreensão da subjetividade humana. Analisa e avalia as emoções na sua transparência. Imagens que antes resistiam à interpretação definitiva podem finalmente ser compreendidas em fases.
É difícil para mim encarar o que resta do lugar onde cresci e da casa dos meus avós. Chamava-se "Lugar do Poço" porque havia muitas nascentes, sempre muita água corrente. Uma natureza desorganizada e livre. Minha avó morava no jardim, meu avô no quintal e eu em campo aberto, em constantes excursões.
Quando fui para a faculdade, tentei me misturar. Fazer o que as pessoas fazem na cidade. Encontre meus colegas. Encontrei refúgio em praias e parques próximos ao centro.
ULTRASSÔNICO 28-105mm MACRO 0,5m/1,6 pés
Giclée Ilford Algodão Texturizado
Fotografia de Belas Artes
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